segunda-feira, 21 de abril de 2014

Abraham Kuyper, político evangélico Reformado da Holanda

O dr. Abraham Kuyper nasceu em Maassluis, na Holanda, em 29 de Outubro de 1837. Seus pais eram o Rev. Jan Hendrik e Heriette Huber Kuyper. Em Maassluis, e em Middelburg, onde seu pai foi chamado em 1849, freqüentou a escola. Seus professores, nos é dito, tomaram-no a princípio como um menino lento no entendimento. Eles devem ter mudado sua opinião quando, com a precoce idade de doze anos, estava habilitado a entrar no Ginásio em Middelburg. No tempo oportuno foi matriculado na Universidade de Leyden, na qual foi graduado com a mais alta honra. Foi também aqui que obteve seu Doutorado em Teologia Sagrada em 1863, quando estava com cerca de vinte e seis anos de idade.

Um ano mais tarde, começou seu ministério em Beesd; foi então chamado para Utrecht, e dali, em 1870, para Amsterdam. Em 1872, tornou-se Editor Chefe do De Standaard (O Estandarte), um jornal diário, e o órgão oficial do partido Anti-Revolucionário, que na política representa o contingente protestante da nação holandesa. Pouco depois ele assumiu a função de editor do De Heraut (O Arauto), um jornal semanal distintivamente cristão, publicado às sextas-feiras. Por mais de quarenta e cinco anos, ocupou ambas exigentes posições com extraordinário poder e vigor.

Em 1874, foi eleito membro da Casa Baixa do Parlamento,  função que exerceu até 1877. Em 1880, fundou a Universidade Livre de Amsterdam, a qual tomava a Bíblia como a base incondicional sobre a qual deveria ser erguida toda a estrutura do conhecimento humano em cada departamento da vida.

Então seguiram-se vinte anos de árduo labor, na Universidade e fora dela, quando alguns de seus maiores tratados foram escritos, cobrindo um período que pode bem ser considerado como tendo exercido uma influência muito importante na história eclesiástica e política de seu país. Foi por seu labor quase sobre-humano, não menos do que por sua força e nobreza de caráter, que deixou “pegadas nas areias do tempo” com tal indelével clareza que em 1907, quando de seu 70 º aniversário foi realizada uma celebração nacional, sendo dito: “A história da Holanda na igreja, no Estado, na imprensa, na escola e nas ciências dos últimos quarenta anos, não pode ser escrita sem a menção de seu nome em quase todas as páginas, pois durante este período a biografia do dr. Kuyper é, numa extensão considerável, a história da Holanda.”

 Em 1898, ele visitou os Estados Unidos da América, onde proferiu as “Palestras Stone” no Seminário Teológico de Princeton. Foi então que a Universidade de Princeton conferiu a ele o Doutorado em Direito (São estas palestras que estão contidas nas páginas deste presente volume.). Após seu retorno à Holanda, ele reassumiu seu trabalho como líder do partido Anti-Revolucionário, até que, em 1901, foi convocado pela Rainha Wilhelmina para formar um Ministério. Serviu como primeiro-ministro até 1905.

A seguir, gastou mais de um ano em viagem, um relato descritivo da qual apareceu numa obra de dois volumes, Om de Oude Wereld-Zee (Ao Redor do Velho Mar Mundial), da qual toda edição foi vendida antes de ser impressa.

Depois disto, o dr. Kuyper residiu em Haia como Ministro de Estado, na opinião pública a figura mais importante na terra, e em alguns aspectos sem igual no mundo. Aos 75 anos de idade, começou uma série de artigos semanais na coluna do De Heraut: “Van de Voleinding” (Do fim do Mundo), 306 artigos ao todo. A série levou seis anos para ser completada. De Maasbode , uma publicação Católica Romana dos Países Baixos, refere-se a esta obra como, “a mais excepcional e sem rival em toda literatura sobre o assunto.” Referências ao fim do mundo são delineadas através de todos os livros da Bíblia, cuidadosamente expostas, enquanto o Apocalipse de João é tratado seção por seção. Quando estava com 82 anos, o velho dr. Kuyper estava traçando planos para outra grande obra sobre O Messias , mas o fim veio em 8 de Novembro de 1920. 


Durante todos estes anos sua obra foi multiforme a um grau estarrecedor. Como tem sido dito: “Nenhum departamento do conhecimento humano era estranho a ele.” E quer o tomemos como estudante, pastor ou pregador; como lingüista, teólogo ou professor universitário; como líder de partido, organizador ou estadista; como filósofo, cientista, publicista, crítico ou filantropo – há sempre “algo incompreensível nos poderosos labores deste lutador incansável; sempre algo tão incompreensível quanto o gênio sempre é.” Mesmo aqueles que discordaram dele, e foram muitos, o honraram como “um oponente de dez cabeças e umas cem mãos.” Aqueles que compartilharam sua visão e seus ideais o apreciaram e o amaram “como um dom de Deus para nossa época.” 

Fonte: Extraído da introdução do excelente livro “Calvinismo”, de Abraham Kuyper, publicado no Brasil pela Editora Cultura Cristã

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